segunda-feira, 18 de março de 2013

A opinião dos outros


Uma breve consideração sobre caixas de comentários, posts no Facebook e a dura descoberta de que os babacas somos nós.
Opinião
É constante, para não dizer diária – quiçá de hora em hora, como aqueles avisos da Telesena -, a reclamação que ouço de colegas e amigos que trabalham em propaganda sobre a babaquização do mundo. As pessoas, segundo a opinião destes colegas e amigos, estão muito “caretas” hoje em dia. O consumidor “não sabe mais rir de uma piada”, virou um “chato”. Até porque, “porra, é só uma brincadeira”.
Não raramente a reclamação vem acompanhada de uma lista com os últimos comerciais questionados junto ao Conar e com a já célebre consideração de que“Os Trapalhões” e suas piadas sobre gays, negros, mulheres e nordestinos, nunca seriam produzidos hoje, quanto mais veiculados no domingo às 7 da noite.
Não sei se vocês já estão por dentro, mas tem um lance aí chamado internet, que parece que veio pra ficar. Com ela, a rede mundial de computadores, vieram e estão ficando os fóruns de discussão, as caixas de comentários e as páginas das empresas no Facebook, que usualmente recebem uma enxurrada de postagens quando alguma mensagem publicitária ou decisão mercadológica desagrada um determinado grupo ou ajuntamento de pessoas.
Se há algo que podemos aprender sobre o que vivemos nos últimos dez, quinze anos, a primeiríssima infância da internet, é que gente que não tinha voz agora tem. E antes que você pergunte: não, eu não freqüento o Fórum Social Mundial.
SIM, DÓI MUITO QUANDO OUVIMOS QUE O BABACA DA VEZ SOMOS NÓS
Continuando. Existe uma montanha de gente que acha patético uma mulher se matando de fazer regime no comercial só para aparecer gostosa para os homens. Existe uma porrada de gente, que acha uma babaquice, pra utilizar o mesmo termo, esse lance de fazer Kinder Ovo azul pra menino e Kinder Ovo rosa para menina. Um daqueles meus amigos ou colegas de profissão diria que isso é a ditadura do politicamente correto.
Kinder Ovo
Bem, se você acha que mil reclamações sobre um comercial na página de uma empresa no Facebook é uma ditadura, do que você classificaria um comercial empurrando conceitos goela abaixo de 120, 130 milhões de brasileiros todo santo dia? Ou um programa de tevê em rede nacional reproduzindo a velha cartilha sexista de que meninos tem que brincar de carrinho e meninas tem que brincar de casinha? Ou uma multinacional torrando milhões de dólares para informar a você, que tem pelo no peito, que você é nojento?
O que nos leva a uma dedução simples: não é que o mundo embabacou. Agora as pessoas, todas elas, é que podem dizer quem ou o quê elas acham babaca. E, sim, dói muito quando ouvimos que o babaca da vez somos nós.
Fonte.:Branstorm9 

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